Desenvolvido pela NetherRealm Studios e publicado pela Warner Bros, Mortal Kombat 1 foi um dos jogos que mais chamou atenção durante a apresentação da Summer Game Fest 2023. O jogo em si foi anunciado no mês passado, mas durante o evento nós tivemos a oportunidade de jogá-lo por pouco mais de 30 minutos em uma demo muito empolgante.
No anúncio, o diretor de criação do estúdio e criador da saga, Ed Boon, disse que “Mortal Kombat 1 marca um novo começo para a franquia” e apresentou, também, o novo sistema Kameo Fighter que pareceu um tanto esquisito no trailer, mas na prática demonstrou uma mecânica funcional.
Tudo o que você pode esperar de um Mortal Kombat está dentro desse novo jogo. Muito sangue, Fatalities absurdos, combos que prendem a atenção e, como não poderia faltar, diversão. A seguir, você confere um gameplay feito pelo Voxel com muita pancadaria e diversos dos novos elementos do título.
O que é Mortal Kombat 1?
Para começar, não há como ignorar o fato de que Mortal Kombat 1 é, na realidade, o 12º jogo da série principal de Mortal Kombat. Celebrando os 30 anos da saga, o título chega como um reboot e, aparentemente, se passa em uma nova linha do tempo após os acontecimentos de MK11, onde o próprio Liu Kang “reinicia” a timeline.
Um belo indicativo disso é que o próprio Liu Kang costuma dizer, entre as batalhas, frases como: “Eu sou o escolhido”. E, talvez a mais legal: “Eu sou o protetor dessa linha do tempo”, que ele cita com um tom meio “segura a tua onda aí“.
Ainda não temos uma visão completa da história, mas já é possível observar que os personagens podem parecer os mesmos de sempre, mas não são. Pelo menos, não exatamente. Por exemplo, personagens clássicos como Mileena, Scorpion e Sub-Zero terão histórias totalmente diferentes.
Começando o jogo
Nós testamos Mortal Kombat 1 em um PlayStation 5 e, por se tratar de uma demonstração, pouca coisa estava disponível. Tratando-se de personagens, a empresa liberou Sub zero, Liu Kang, Kitana e Kenshi. Já nos Kameos nós pudemos escolher entre Kano, Sonya e Jax.
Ainda não temos uma lista completa de todos os personagens que estarão disponíveis no game, mas notamos a presença de 24 slots para os principais e 16 Kameos.
No total, a franquia Mortal Kombat já possui 29 jogos publicados.
Até agora, sabemos que esses personagens estarão dentro do game, além dos que já mencionamos aqui: Johnny Cage, Goro, Scorpion, Kung Lao, Mileena, Stryker, Raiden e Shang Tsung, que virá na versão adquirida na pré-venda. Ainda não sabemos, também, se ele poderá ser comprado posteriormente como um DLC.
Algo que traz uma sensação de imersão é que o carregamento é praticamente instantâneo. Você escolhe os personagens, o jogo mostra a clássica torre de batalha e, simples assim, a pancadaria começa.
Todo aquele ambiente de MK que já estamos acostumados está incorporado no novo título. Claro, é tudo bastante repaginado, mas as mecânicas principais são praticamente as mesmas e eu diria que até mesmo lembram bastante o que foi feito em Mortal Kombat 11.
Cenários e gráficos
Os gráficos de Mortal Kombat 1 se aproximam bastante do MK11, mas com uma boa renovada — eles são produzidos a partir de uma versão modificada da Unreal Engine 4. Isso faz com que o jogo pareça mais bonito, de fato, e aparentemente ele está sim. A movimentação dos personagens também ajuda a tornar isso mais evidente, já que os golpes parecem mais nítidos.
É fácil até mesmo reparar nas expressões faciais dos personagens, como quando eles falam algo ou são atingidos por um golpe. Ah, e é claro, vale mencionar aqui que as roupas são bem detalhadas.
Os cenários também estão com um ar mais moderno. Tem um que é dentro de uma mansão e você percebe elementos meio básicos, porém legais, como caixas de pizza espalhadas sob uma mesa, estátuas, um sofá, um balde com champanhe, uma fogueira e uma piscina com um patinho amarelo usando óculos boiando e que, de quebra, ainda “se mexe” com a ondulação da água.
Cenários de Mortal Kombat 1 parece mais “vivos”.
Em um outro cenário, os personagens se enfrentam dentro de um bar. Aí tem a galera que fica simplesmente assistindo e bebendo uma cerveja, o pessoal que está trabalhando. É um ambiente bastante “vivo”, ainda que sem interações diretas, como pegar uma cadeira e quebrar no oponente. Quer dizer, não que isso estivesse incorporado na demo que testamos.
Gameplay e muito sangue
O grande foco de Mortal Kombat 1 está no gameplay, é claro. O pessoal da Warner falou bastante sobre o fato de os personagens contarem com os seus ataques clássicos, como Sub-Zero congelando todo mundo ou Liu Kang dando um monte de voadoras — que certamente não poderiam ficar de fora.
A diferença é que eles agora trazem alguns truques novos, o que ajuda a diversificar, especialmente, os combos. E tudo isso de novidade ainda fica dentro do que se espera para o estilo de cada um deles.
São essas pequenas mudanças (ou nem tão pequenas assim) que acabam fazendo uma boa diferença na percepção do jogador. O ritmo de gameplay é fluido e fácil de ser compreendido, ainda que existam todos os golpes especiais e “macetes” mais complexos. A ideia é que jogadores de diferentes níveis possam se divertir sem que a jogatina fique muito desequilibrada.
Na clássica lista de golpes você encontra as informações de modo claro para os golpes, divididas em três colunas: básicos, especiais e também dos Kameos. Aqui, notamos a presença apenas do Fatality, então ainda não está muito claro se a empresa vai incorporar as outras finalizações clássicas, como o Brutality.
Fatalities de Mortal Kombat 1 seguem a linha clássica de muito sangue e exagero.
E Fatality é aquela coisa exagerada. Cheio de sangue, uns ataques desnecessários; sangue e tripa voando. O do Sub-Zero aparenta ser um dos mais nojentos, mas todos eles são sensacionais — hega a ser até cômico. E nada disso é uma crítica negativa, é claro.
Vale destacar que o da Kitana também é muito bizarro. Ela praticamente cria um triturador com os dois leques, e aí o oponente é meio que destroçado de cima para baixo, e de baixo para cima. Enfim, é sanguinário.
Há ainda o famoso Fatal Blow, que são os golpes especiais. A novidade aqui é que você tem ajuda de um Kameo na hora de aplicar um ataque do tipo, o que dá uma diversificada nos ataques que são vistos na tela.
Mortal Kombat 1: Fatal Blow de Liu Kang traz as clássicas voadoras do lutador.
E é aquela coisa bem próxima de um Fatality: o Jax quebrando a coluna do oponente; o Kano perfurando os olhos do outro lutador com o seu laser; a Sonya quebrando as costelas com um chute absurdo. E tudo isso, é claro, com o já clássico raio-x mostrando os ossos do oponente e órgãos sendo destroçados.
Para encher a barrinha do Fatal Blow, é preciso tanto bater quanto apanhar. Ao defender na hora certa e também ao realizar golpes especiais, o jogador ganha um “bônus” que enche a barrinha do ataque. Também é preciso ficar atento com os “Kounters”, que podem ser utilizados tanto pelo personagem principal da luta, quanto pelo seu assistente. O ritmo do Fatal Blow não ficou muito distante do MK11, ou seja, eles costumam aparecer praticamente na hora certa. Ah, e é claro, também é possível impedir que um Fatal Blow aconteça e que você perca muito HP.
Kameos: o novo sistema de luta
Uma das maiores novidades de Mortal Kombat 1 está na adição do sistema de Kameos. Eles nada mais são do que assistentes de luta que podem ser utilizados em diferentes momentos. É possível usá-los por várias vezes e de diferentes formas ao longo de uma batalha, mas é preciso ficar atento, pois existe uma barrinha de tempo para que eles não sejam utilizados repetidamente.
A proposta é que o jogador consiga realizar combos meio que infinitos, já que isso depende, principalmente, da combinação que você vai fazer entre os personagens. E isso funciona tanto para a luta padrão quanto para os golpes especiais, como no Fatal Blow.
Com isso em mente, a desenvolvedora expandiu o sistema de combos aéreos, tornando a luta mais interessante além do que se vê com a clássica luta “no chão”. Foi pouco tempo de teste para acostumar com tudo e encaixar uns combos mais legais, mas conseguimos ter uma noção de como esse sistema funciona.
Por exemplo: como nós jogamos num PS5, para acionar um Kameo era preciso apertar o botão R1. Aí, com a barrinha de Fatal Blow cheia, era possível esperar o ataque do ajudante, lançar o golpe especial (L2 + R2) e reduzir bastante o HP do oponente com um combo.
Os Kameos podem ser escolhidos logo após selecionar o personagem principal.
Outra coisa legal dos Kameos é que, no timing certo, eles acabam se atacando. Se um inimigo chamar o ajudante para te atacar, e você tiver a mesma ideia no mesmo momento, eles meio que se esbarram no meio da tela na hora do ataque.
Sobre esse novo sistema, também pudemos notar que é possível atacar um Kameo antes de ele te atacar, e que eles também podem impedir o ataque de um oponente no ar. Dependendo do personagem, você também acaba sendo atingido pelo golpe. Esse é o caso do Jax, que pode pular na tela, dar um socão no chão e derrubar todo mundo — a menos que você desvie, no caso.
Vale notar que, além dos novos combos especiais e da grande variedade que você tem ao utilizar um Kameo, esses personagens podem te atacar e ainda te zoar.
Sistema Kameo de Mortal Kombat 1 permite chamar um lutador “ajudante” durante as partidas.
Nesse tempo que passamos jogando Mortal Kombat 1, ficou claro que esse é um jogo bem divertido e com toda a essência da saga que é um sucesso, mas essa repaginada. Ao menos no primeiro contato, chamou muita atenção.
O título será lançado em 19 de setembro deste ano e pode custar de R$ 279,90 no PC, até R$ 469,90 nas versões Premium para consoles. Ele também terá uma versão para Nintendo Switch, além de ser compatível com PS5 e Xbox Series S/X — confira todos esses detalhes sobre o lançamento.